sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Alzheimer


É quase normal nos dias de hoje ouvir falar em Alzheimer. Mas será que sabemos mesmo o que é esta doença que afecta tantos portugueses?

O que é a Doença de Alzheimer?
A Doença de Alzheimer é um tipo de demência que provoca uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas (memória, atenção, concentração, linguagem, pensamento, entre outras).
Esta deterioração tem como consequências alterações no comportamento, na personalidade e na capacidade funcional da pessoa, dificultando a realização das suas actividades de vida diária.
A Doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa.
Em termos neuropatológicos, a Doença de Alzheimer caracteriza-se pela morte neuronal em determinadas partes do cérebro, com algumas causas ainda por determinar. O aparecimento de tranças fibrilares e placas senis impossibilitam a comunicação entre as células nervosas, o que provoca alterações ao nível do funcionamento global da pessoa.
Os sintomas iniciais da Doença de Alzheimer incluem perda de memória, desorientação espacial e temporal, confusão e problemas de raciocínio e pensamento. Estes sintomas agravam-se à medida que as células cerebrais vão morrendo e a comunicação entre estas fica alterada.
Alzheimer tem sintomas?
Sim, como qualquer outra doença, o Alzheimer também tem sintomas. Vou classifica-los então por fases, de forma a tornar mais fácil a compreensão.
- Fase I (forma inicial) – alterações na memória, personalidade e habilidades espaciais e visuais.
- Fase II (forma moderada) – dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos; agitação e insónia.
- Fase III (forma grave) – resistência à execução de tarefas diárias, incontinência urinária e fecal, dificuldade para comer, deficiência motora progressiva.
- Fase IV (terminal) – restrição ao leito, mutismo, dor à deglutição, infecções intercorrentes.
Diagnóstico
Não há um teste diagnóstico definitivo para esta doença uma vez que só pode ser realmente diagnosticada na autópsia, no entanto, há sintomas óbvios que fazem com que os profissionais de saúde tenham quase a certeza. Sendo assim, os médicos baseiam o diagnóstico no levantamento minucioso do histórico pessoal e familiar, em testes psicológicos e por exclusão de outros tipos de doenças mentais. Mesmo assim, estima-se que o diagnóstico possa estar errado em 10% dos casos.
Causas
Não se conhece a causa específica da doença de Alzheimer. Parece haver certa predisposição genética para o seu aparecimento. Nesses casos, ela pode desenvolver-se precocemente, por volta dos 50 anos.
Pesquisadores levantam a hipótese de que algum vírus e a deficiência de certas enzimas e proteínas estejam envolvidos na etiologia da doença. Outros especulam que a exposição ao alumínio e o seu depósito no cérebro possam contribuir para a instalação do quadro, mas não foi estabelecida nenhuma relação segura de causa e efeito a respeito disso, pelo menos, até agora.
Um caso real…
Recentemente fiz parte de um cenário que há-de marcar-me para sempre.
Não foi a primeira vez que algo do género aconteceu comigo, mas é certamente a primeira vez que me afecta de forma tão profunda.
Chegou ao serviço de oncologia do hospital onde “presto serviço” um senhor encontrado perto de uma estação de comboios.
Não tinha percepção do que estava a acontecer à sua volta, não reconhecia ninguém e estava num estado lastimável!
Confesso que senti uma certa repugna quando olhei para o senhor em questão.
No entanto… Depois de um merecido banhinho… Roupinha lavada, o senhor "Manuel" parecia outra pessoa.
Tive pena por ele não ser o meu utente. Mas isso “passou”.
No dia seguinte fui ver o senhor "Manuel". Estava muito bem disposto, brincalhão, e acima de tudo fazia a sua doença (pelo menos uma delas) parecer engraçada.
Este senhor tinha Alzheimer. Não reconhecia a filha nem a esposa, no entanto, parecia feliz.
Juntando ao Alzheimer, haviam ainda algumas complicações cardíacas e pulmonares e como se tudo isto não bastasse, tinha cancro na pele.
Vitima de um AVC à quatro anos atrás, seguindo-se uma fibrose pulmonar, o senhor "Manuel", e apesar de tudo isto, era um amor!
Fiquei extremamente triste quando ontem recebi a notícia de que ele tinha sido vítima de um AVC fatal.
Foi-me dito que ele tinha passado a tarde a brincar com a estagiária que estava a observá-lo, sempre muito bem disposto, apesar de continuar a perder a percepção das coisas por momentos.
Vim para casa extremamente abalada porque ele, graças ao Alzheimer, morreu sem saber quem era e sem saber quem eram os seus familiares.
Isto é apenas um alerta para as famílias de portadores desta doença. Eles precisam de atenção, e muito cuidado. Qualquer mudança na sua rotina pode faze-los sair de casa expectantes que vão encontrar algo que lhes seja familiar e normalmente isso não acontece.


Foi o caso do senhor "Manuel".
Triste não é?
Cuidemos de quem nos é querido!


Dedico então este post ao senhor "Manuel", que terá sempre um cantinho na minha memória.

By: Mystify

(Colaboradora do Blog Juli&arte)

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